segunda-feira, 4 de abril de 2011

Somos frágeis, somos inocentes, comentemos os mesmos erros vezes sem conta, perdoamos porque amamos, arrependemo-nos por dor, somos complicados, somos seres estúpidos, por vezes irracionais, somos atraentes por fora e conquistadores por dentro, mas a nossa verdade está inserida em mentira, está no vazio do momento, está simplesmente na falsidade do nosso ser.


Magoamos quem queremos, somos egoístas por natureza, somos cobardes, sentimos milhares de coisas, temos o mundo na palma da mão, temos o que queremos, onde queremos e como queremos, a vida é longa, longa de mais para ser vivida com gente incerta. Lutamos por possuir, lutamos por inveja, lutamos por ambição, lutamos para destruir aquilo que outros tentam construir, lutamos por simplesmente não sermos capaz de ser feliz com aquilo que temos. Somos orgulhosos, somos egocêntricos, tudo gira à nossa volta, tudo é prefeito para nós, tudo tem que ser nosso, crescemos na escuridão das sombras, sorrimos no vazio de um rosto, caminhamos num beco, às voltas.


Amizades grandes e fortes, douradoras e gloriosas, tornam-se amizades falsas, pequenas e frágeis, onde existe sempre alguém que sai magoado, porque no fim perde tudo, perde o céu, as estrelas e o sol, perde as nuvens e o vento, perde o amor que tinha, perde simplesmente a vida e tudo aquilo que tinha. Queremos partir, porque queremos fugir, estamos num canto, num beco sem saída, sem escape possível, estamos presos a sentimentos, estamos indecisos e isolados, estamos perdidos em nós, nos problemas, no que nos rodeia.


Criam-se esperanças, criam-se sorrisos, histórias de felicidade, criam-se ilusões e mentiras, criam-se sentimentos indesejáveis, o mundo é traiçoeiro, revelam-se dores que abrem feridas, feridas incuráveis, feridas profundas, feridas grandes e douradoras. Olhares profundos, sorrisos falsos, gestos incontroláveis, o mundo não acaba, mas começa agora a ter falhas, começa a mostrar o que é na verdade.


Somos seres indestrutíveis, somos indesejáveis, somos simplesmente o mal no meio do bem, somos o Diabo junto dos anjos, somos a perícia e a velocidade da dor, somos a profundidade da destruição, somos aquilo que criamos, somos os monstros do vazio, somos a beleza da infelicidade, somos a grandeza da solidão, queremos construir vida como? Apenas sabemos destruir.

Sem comentários:

Enviar um comentário